Brasileiros pelo olhar de Virgínia Welch
Radicada em Piracicaba há 28 anos, a artista plástica Virgínia Welch – nascida em Washington e criada na Inglaterra – tem como objeto do olhar a figura humana. E é o indivíduo o principal elemento da obra da artista na exposição “Brasileiros – Retratos da Minha Percepção”, que abre hoje, às 19h30, no Centro Cultural Martha Watts, e reúne mais de 30 telas em guache sobre papel. A entrada é gratuita.
“Procurei colocar em cada obra o meu olhar. Não é um olhar de turista, ou de antropóloga, mas de alguém que mora no país e optou por valorizar a sua gente”, explica Virgínia. “Em ‘Ajustes’ – obra em preto e branco – optei por desenhar uma passista de Carnaval. Ela está recebendo os ajustes em seu figurino pelas mãos de uma aderecista. Preferi a figura humana em detrimento do movimento. Eu poderia ter feito o desenho dela dançando, mas optei pela forma”.
A exposição estará dividida em três espaços no centro cultural. No primeiro – no hall de entrada – ela irá expor obras inspiradas na música erudita, feitas após assistir a concertos de orquestras em São Paulo. Um exemplo é “Cordas” (2008), que foi esboçada durante uma ópera de Puccini. “Primeiro eu faço um croqui pequeno em um caderninho e depois passo para a tela”, descreve a artista que em 2005 expôs na Pinacoteca Municipal Miguel Dutra. “O que produzi de lá para cá estará nesta mostra. São trabalhos inéditos, que reúnem imaginação, memória e realidade”.
Na sala Monet estão os quadros sobre o universo popular, com criações inspiradas em atividades braçais. Na sala multimídia estão trabalhos em desenho com pincel e monocromáticos. “Eu também pintei o cortador de cana na obra ‘Sombra’. Moro em Piracicaba e não poderia deixá-lo de fora”, aponta a artista que também revelou seu olhar em temas como as festas juninas, o rodeio, banhistas, festas populares, e outras.
RELEVÂNCIA – Segundo o crítico de arte Fernando Furquim, em “Brasileiros – Retratos da Minha Percepção”, Virgínia entra fortemente por duas linhas, a da música e da cana. “Acho que ela está percebendo cada vez mais o seu entorno, aguçando sua percepção de Brasil”, fala Furquim. “Virgínia está com uma maneira de pintar extremamente própria, que revela novas formas e cores. Uma das maiores funções do artista é estar sempre atento a seu tempo e retratá-lo. Virgínia faz isso.”
Virgínia, que estudou na Ecole Cantonale d’Art de Lausanne (Ecal), na Suíça, trabalha com as mais variadas técnicas, como desenho, pintura, escultura (argila e bronze), gravura e mosaico. A artista desenha e pinta desde criança e já realizou exposições individuais e coletivas no exterior, em países como Inglaterra, França e Polônia.
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