Universo Cultural

Filmes, livros, produções e eventos: divulgando e comentando cultura!!

Musical “Hair” faz 40 anos e volta ao Central Park

NOVA YORK, 29 Abr 2008 (AFP) – O famoso musical “Hair”, que revolucionou o gênero nos anos 60 em Nova York, antes de rodar o mundo, comemorou nesta terça-feira (29) seu 40º aniversário com o anúncio de que voltará ao Central Park no próximo verão do hemisfério norte.

Apresentada pela primeira vez em um grande teatro da Broadway no dia 29 de abril de 1968, a obra escrita por James Rado e Jerome Ragni sobre música de Galt MacDermot tinha nascido um ano antes, nas pequenas salas do “off-Broadway”, como produção do Teatro Público.

Considerada provocadora por incluir textos que abordam abertamente temas como a homossexualidade, a masturbação e as drogas, “Hair” tinha várias cenas com nus e rapidamente se tornou uma bandeira dos “hippies” e dos adversários da guerra do Vietnã.

O musical conta a história de um grupo de jovens pacifistas que vive no East Village de Manhattan, protesta contra a guerra e pratica o amor livre. Algumas de suas músicas, como “Let the sunshine in”, “The age of Aquarius”, “I got life” ainda faziam parte em 2006 da lista das mais tocadas elaborada pela BBC.

Em 1979, “Hair” foi adaptada pelo diretor Milos Forman para o cinema. As apresentações no Central Park estão previstas para entre 22 de julho e 17 de agosto.

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Olho vivo e Faro fino

Móbile: construção que pode ser posta em movimento no ar. Peça de escultura formada de elementos individuais, feitos de material leve, suspensos artisticamente por fios, e que oscilam ao vento. Assim é a escultura criada por Alexander Calder que se tornou um clássico do século 20. Assim é o programa criado por Fernando Faro em 1963, exibido até 1967 na Tupi, que se tornou um clássico da liberdade de criação na TV brasileira. Quatro décadas depois, Móbile ganha novo fôlego, nova leitura e reestréia na TV Cultura em 28 de maio, às 22 horas, como parte da renovação por que passa sua programação.
(Flávia Guerra)
Móbile, como diz a introdução que o apresenta, não é um programa como aqueles a que você está habituado. Não tem começo, meio e fim. É como se fossem peças soltas que a gente vai juntando. Não fazem um sentido. Não têm uma história. Começa quando você começa a assisti-lo. E, ao sabor do acaso, vai se modificando, tomando outra forma, ganhando outro sentido, como se fosse um móbile.

Idealizado por Faro, que também criou o lendário Ensaio, Móbile causou estranhamento, mas ganhou fãs incondicionais. ”A gente adorava ver grandes textos da literatura serem recitados por grandes atores. Havia literatura, teatro, música, artes plásticas, dança… Tudo misturado. Quando a gente conta, parece simples, mas era tudo muito novo e fascinante”, rememora Elifas Andreato, que passou pelo set de gravações do novo Móbile há pouco mais de dez dias. De espectador , parceiro e amigo de Faro, Andreato (um dos grandes designers, ilustradores e artista de capas de discos brasileiros) passou a convidado do segundo programa, que vai ao ar em junho. Durante a gravação, o Estado acompanhou o modo sutil com que Faro se faz tão presente e, ao mesmo tempo, quase imperceptível em seu set. Andreato comentou uma por uma capas memoráveis que criou para a MPB. Chico Buarque, Clara Nunes, Vinícius e Toquinho, Adoniran Barbosa, Tom Zé, Paulinho da Viola, Elis Regina… Nomes e capas interativas (muito antes que o termo fosse banalizado pela informática) se sucediam e se misturavam ao relato emocionado. ”Quer me fazer chorar? Vai conseguir. Sabe que te amo. Aprendi demais com você”, emociona, e faz emocionar, um artista marcado pela ”forma Faro” de produzir TV e cultura. Faro marcou época com Ensaio, o programa de entrevistas a grandes nomes da música brasileira que até hoje é exibido pela TV Cultura, copiado por outras emissoras e referência quando se quer falar da TV que não emburrece mas enobrece o artista e o espectador.

Assim como Ensaio, Móbile marcou época. Até mesmo quem nunca assistiu sabe de cor passagens inteiras, como a leitura do monólogo de Molly Bloom no clássico Ulisses de James Joyce ou as leituras e comentários de Juca de Oliveira para grandes textos do teatro.

Quem via adorava. Quem não viu não verá mais. Simplesmente porque não existem cópias dos programas originais. ”Joguei tudo no lixo. Assim que o programa acabava, eu pegava as fitas e jogava fora”, explica Baixo, como ele chama e é chamado por todos. Por que matar assim a cria? ”Porque não queria ficar preso à repetição. Não queria nada engessado para o futuro. Guardar programas era ir contra o princípio que havia me inspirado a criar o programa.”

Fadado a virar lenda, Móbile volta agora ao ar graças ao pedido de Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta (mantenedora da TV Cultura), que pediu a Baixo para recriar o programa. ”Voltei a fazê-lo porque Markun me pediu. Estou feliz. Quando criei o programa, não pensei em um formato fixo. O primeiro foi sobre o Kafka. E tinha de ser livre e começar a ser visto de qualquer ponto. Hoje ainda quero fazer um programa descompromissado, sem a neurose da audiência.”

Tudo ao acaso, em constante mutação, mas calcado em valores densos e precisos. Não é por acaso que o primeiro novo programa começa, após breve ”dança silenciosa” de Ana Catarina Vieira, com Ouro de Tolo (a canção, que vale por tantos tratados filosóficos, de Raul Seixas) recitada por Ana Catarina e Ângelo Madureira. A propósito, Faro estréia em junho na direção de um espetáculo de dança e assina O Nome Científico da Formiga, nova obra de Ana Catarina e Madureira.

A uma primeira olhada, como a escultura, Móbile pode causar estranheza no espectador de hoje, acostumado ao ”método Pavlov” de adestramento a que é submetido por programas que são sempre o ”mais do mesmo”. Mas a graça de suas formas livres valem a segunda olhada. Móbile é, com sua maleabilidade, a prova de uma resistência. E, em um resgate do que deixou saudade, Baixo está (re)convocando seu exército para participar do programa. Por isso, Juca de Oliveira volta e conta como foi sua estréia nas artes cênicas.

Antônio Abujamra dá nova vida ao clássico monólogo de Molly Bloom. A literatura recitada na TV acaba dando um sabor inédito ao discurso repleto de nuances de Joyce. O texto, informativo, explica: ”James Joyce também fez parte do movimento dadaísta e foi o autor de Ulisses, o grande romance do século 20, que tem nas suas últimas páginas o monólogo interior Molly Bloom.”

O texto é narrado por Antônio Abujamra enquanto atriz Lavínia Pannunzio dá forma às palavras rascantes de Joyce. É no público jovem que Baixo pensa quando concebe com rara liberdade cena tão lasciva e, ao mesmo tempo, erudita. ”A linguagem da TV em si é redundante. Você sempre assiste à mesma piada, à mesma novela.Quero provocar. E falar com os jovens, principalmente os que fazem cinema, música. Escreva isso. Aliás, faça mais, traga-os aqui”, convoca este jovem que completa 81 anos em 21 de junho.

(Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080422/not_imp160570,0.php)

abril 22, 2008 Posted by | Sem-categoria | | Deixe um comentário

“Saúde de Nossos Filhos” esclarece dúvidas sobre universo infantil

da Folha Online

Se criança não nasce com manual de instruções, a Publifolha ajuda a quem pretende entender melhor o universo infantil. Trata-se de “A Saúde de Nossos Filhos”, livro que em quase 600 páginas auxilia com mais conhecimento e tranqüilidade o desenvolvimento dos filhos, netos, sobrinhos etc..

Escrito por 91 profissionais do hospital Albert Einstein (SP), um dos principais centros de saúde do país, o livro traz informações que abordam temas variados.

Divulgação
Livro reúne respostas de 91 especialistas do Albert Einstein
Livro reúne respostas de 91 especialistas do Albert Einstein

Com índice remissivo, “A Saúde de Nossos Filhos” aborda amplamente os aspectos da saúde das crianças, da gestação e dos primeiros anos de vida à adolescência, as principais doenças que acometem as crianças, o que fazer em emergências e acidentes e as vacinas, tudo sem descuidar do lado psíquico.

Nos capítulos dedicados aos primeiros anos de vida, o manual mostra o papel e a importância da vacinação e dá dicas de como ajudar o desenvolvimento da criança. Os autores explicam também qual deve ser o papel da babá na educação e como os pais podem conciliar atividade profissional e vida familiar.

Outra seção que pode ajudar bastante –é a mais longa e detalhada do livro– é a que descreve os sintomas e as doenças mais comuns, de febres e resfriados a problemas de pele, anemia e dor de crescimento. Também ajuda a tranqüilizar o capítulo com dúvidas, que responde a questões como: Meu filho cai muito, Meu filho é desatento, Meu filho não dorme, Meu filho (não) come muito, entre outras.

-Saiba como identificar os sintomas da dengue e veja como combatê-la

Há também informações sobre o parto, o pós-parto, a amamentação, o desenvolvimento a cada ano de vida, a adolescência, a dentição, a alimentação, a vida social e familiar, emergências e acidentes e o lado psíquico.

“A Saúde de Nossos Filhos”
Autor: Departamento de Pediatria do Hospital Albert Einstein
Editora: Publifolha
Páginas: 593
Quanto: R$ 94,90
Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u351929.shtml)

abril 22, 2008 Posted by | Sem-categoria | | Deixe um comentário

Corpo da atriz Carmen Silva é enterrado em Porto Alegre (RS)

da Folha Online

O corpo da atriz Carmen Silva foi enterrado às 18h30 desta segunda-feira, no cemitério Irmandade Arcanjo São Miguel e Almas, em Porto Alegre (RS), onde estava sendo velado desde as 14h. A atriz morreu na mesma data, aos 92 anos, conforme informou o Sistema de Saúde Mãe de Deus.

Divulgação/TV Globo
Atriz Carmem Silva morreu aos 92 anos nesta segunda-feira em Porto Alegre
Atriz Carmem Silva morreu aos 92 anos nesta segunda-feira em Porto Alegre

O hospital se negou a fornecer informações sobre as causas da morte da atriz. Mas na certidão de óbito de Silva, assinada pelo médico Marco Aurélio Pederiva, consta “pielonefrite” (infecção das vias urinárias superiores) como a causa de sua morte.

Silva fez sucesso por seu papel como Flora na novela “Mulheres Apaixonadas” (2003), do autor Manoel Carlos.

Ela contracenava com o ator Oswaldo Louzada, que morreu em 22 de fevereiro deste ano.

Ambos faziam um casal de idosos que sofriam maus-tratos da neta, Dóris, interpretada por Regiane Alves.

A trama, do núcleo de Ricardo Waddington, teve direção de Ary Coslov e Marcelo Travesso. A direção geral foi do próprio Waddington, com Rogério Gomes e José Luiz Villamarim.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u394293.shtml)

abril 22, 2008 Posted by | Sem-categoria | , | Deixe um comentário

Paris desiste de campanha sobre exposição de ocupação nazista

A prefeitura de Paris pretende cancelar uma campanha de cartazes, anunciando a exposição “Os Parisienses sob a Ocupação”, que estará exposta na Biblioteca Histórica até 1º de julho, porque a mostra não oferece uma visão real do que foi a ocupação nazista.

O conselheiro-adjunto na prefeitura de Paris encarregado da Cultura, Christophe Girard, disse que a decisão do governo se deve às emoções despertadas pela campanha, e à polêmica que se deflagrou.

“O título não nos agrada”, resumiu Girard.

A exposição se apresenta como uma visão da vida parisiense durante a ocupação e a libertação, e é composta de 250 fotografias inéditas do fotógrafo André Zucca, que trabalhou para o “Signal”, um jornal de propaganda nazista.

Nas fotografias, há belas mulheres e parisienses passeando tranqüilamente pelo Champs Elysées, ou pelo hipódromo de Longchamp.

O que desagradou foi o fato de as fotografias não serem um reflexo da realidade da ocupação, nem se mostram imagens, como as longas filas por comida, nem as batidas contra os judeus.

A Biblioteca Histórica foi acusada de não pôr as imagens em seu contexto.

Após a libertação, Zucca perdeu seu registro de jornalista e foi expulso da profissão.

(Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u393324.shtml)

abril 18, 2008 Posted by | Exposições | | Deixe um comentário

“Tropa de Elite” é o grande vencedor de premiação no Rio de Janeiro

LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online no Rio

Ganhador do Urso de Ouro no último festival de Berlim, o filme “Tropa de Elite”, do diretor brasileiro José Padilha, se tornou nesta terça-feira o grande vencedor do Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro.

Divulgação
“Tropa de Elite” conquistou nove prêmios no Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro

O longa-metragem levou nove prêmios, mas não o de melhor longa-metragem de ficção, conquistado por “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, de Cao Hamburguer, produção que representou o Brasil no último Oscar. Apesar de ter ficado entre os nove pré-selecionados, o filme não chegou aos cinco finalistas do prêmio americano.

“Tropa de Elite” levou efeito especial, montagem para ficção, maquiagem, fotografia, ator coadjuvante, melhor filme nacional, som, ator e direção.

Melhor ator

Favorito para melhor ator, Wagner Moura, que interpretou capitão Nascimento em “Tropa de Elite”, foi anunciado sem surpresas para receber o prêmio.

“Desde o começo, quando peguei o roteiro do filme, já achava que ele tratava de um assunto importante e isso aconteceu mesmo, discutiu-se o ‘Tropa de Elite’ da porta do botequim ao ambiente acadêmico. Tivemos debates duríssimos e aprendi muito”, disse Moura.

O diretor do filme, José Padilha, não compareceu ao evento.

Outros prêmios anunciados foram de fotografia, que foi para Lula Carvalho, de “Tropa de Elite”. Carvalho concorria com seu pai, que disputava o prêmio com dois filmes, “Céu de Sueli” e “Santiago”.

“Zuzu Angel” conquistou o melhor figurino e o ator e humorista Renato Aragão foi homenageado no evento.

abril 18, 2008 Posted by | cinema | Deixe um comentário

SESC ABRE INSCRIÇÕES PARA A BIENAL NAIF

Em sua 9ª edição, a Bienal Naïfs do Brasil, realizada pelo SESC São Paulo, na unidade de Piracicaba, abre inscrições que acontecem até 31 de maio. A ficha de inscrição pode ser adquirida através do site: www.sescsp.org.br . Podem inscrever-se gratuitamente artistas de todo o Brasil ou estrangeiros aqui radicados há mais de três anos. A inscrição completa, junto com duas obras, podem ser entregues pessoalmente ou por representante credenciado, ou mesmo enviado via correio para o SESC Piracicaba, à Rua Ipiranga, 155 – Centro, CEP 13400-480, Piracicaba, SP.

(Fonte: Assessoria de Imprensa do SESC – SP , Unidade Piracicaba

abril 18, 2008 Posted by | Sem-categoria | , | Deixe um comentário

”Lula quer parte da memória de Vargas”

Historiadores do Brasil e da Argentina se reuniram no Memorial da América Latina, em São Paulo, para analisar o fenômeno do populismo nos dois países, personificado nas figuras dos presidentes Getúlio Vargas e Juan Domingo Perón. Mas o presente se insinuou no debate sobre o passado e ganhou destaque também a análise dos traços de populismo nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e do casal Néstor e Cristina Kirchner.

A historiadora Maria Lígia Coelho Prado, coordenadora do Seminário Internacional Perón e Vargas, Aproximações e Perspectivas, realizado no início do mês, vê Lula como administrador de uma contradição: busca se apresentar como “pai dos pobres” e, ao mesmo tempo, atende aos interesses dos banqueiros e grandes empresários. Em entrevista ao Estado, ela analisa o que há de herança varguista no atual governo.

Que resquícios do período Vargas a senhora identifica na política brasileira de hoje?

Quando se analisa o que há de Vargas no governo Lula, o que há de populismo, essas comparações carregam um tom pejorativo. O populismo é visto de maneira simplista, se pensa em manipulação, por parte do Estado, das massas trabalhadoras e das classes populares. A idéia é sempre acompanhada de que há um governo que deseja controlar a sociedade e para isso manipula, engana. Mas a resposta positiva da sociedade ao populismo está ligada a uma realização de aspirações. No Brasil é óbvio que há, de um lado, uma melhora no poder de compra dos trabalhadores e, de outro, um sistema de apoio às famílias mais pobres. O apoio que Lula recebe é uma resposta a benefícios reais.

No governo FHC houve uma intenção declarada de promover uma ruptura com a chamada era Vargas. Essa ruptura aconteceu?

Houve ruptura em parte, não completa. É muito difícil desmontar um modelo firmemente alicerçado.

Em alguns discursos, Lula diz que ele e Getúlio são os dois únicos presidentes que se colocaram ao lado dos pobres. Mas o PT, em seu início, se colocava como um contraponto à herança populista. A senhora vê essa contradição no presidente, um pouco herdeiro de Vargas e um pouco contraponto a ele?

O PT se colocava contra o modelo populista porque não pensava numa relação com o Estado que fosse de cima para baixo. Pensava na organização dos trabalhadores para reivindicar de baixo para cima. Mas Lula, para dizer o mínimo, é um político pragmático. Ele tenta se apropriar de uma parte dessa memória do Vargas, então também quer ser o pai dos pobres. Isso é retórica política. Mas, como todos sabem, a política econômica do governo Lula atende aos interesses dos banqueiros e dos empresários.

A estrutura sindical do período Vargas, que o PT combatia em seu início, é identificada com o chamado peleguismo. Hoje vemos que as centrais sindicais estão bastante mansas em relação ao governo, de quem recebem muitos benefícios. Lula também se beneficia do peleguismo?

Acho que essas palavras são muito fortes e muito pejorativas. Mas que há um acordo entre os sindicatos e o governo Lula é indiscutível. Há uma história anterior, um arranjo político. A questão é que o momento econômico é muito favorável. Se fosse um momento de grande recessão, não sei se os sindicatos estariam tão mansos, pois as pressões da base seriam muito mais fortes. Quando falamos em peleguismo isso significa que há uma subordinação e que não há lutas nas centrais sindicais. As coisas não são tão simples assim.

Na América Latina há governos retomando bandeiras como a da estatização de setores fundamentais da economia. É um retorno ao velho populismo ou é um fenômeno novo?

É muito confortável fazer generalizações, então se coloca no mesmo bolo Hugo Chávez, Evo Morales, Michele Bachelet, Lula, Rafael Correa. Mas entre Evo Morales e Chávez, por exemplo, há diferenças muito grandes. Evo é um fenômeno novo, porque vem desse mundo indígena, que sempre foi apartado do mundo da política. E Chávez levanta, fundamentalmente, a bandeira do antiimperialismo. E isso é uma velha história na América Latina.

Quem é: Maria Lígia Coelho Prado

É doutora em História Social pela Universidade de São Paulo

Escreveu O Populismo na América Latina e A Formação das Nações Latino-Americanas

(Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080415/not_imp156931,0.php)

abril 15, 2008 Posted by | Sem-categoria | , | Deixe um comentário

Livro mapeia produção contemporânea de arte

O livro “Arte Brasileira Hoje”, volume da coleção “Folha Explica”, da “Publifolha”, traça o perfil de 26 artistas contemporâneos brasileiros e explica tudo o que você precisa saber para entender pinturas, esculturas, desenhos e gravuras contemporâneas.

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Livro da Publifolha mapeia produção contemporânea de arte
Livro da Publifolha mapeia produção contemporânea de arte no Brasil

Assinada por Agnaldo Farias, professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos (USP), a obra lida com o tema em diversas frentes profissionais. Destacam-se os textos que aliam a objetividade histórica à análise técnica de obras, tais como aqueles sobre Leda Catunda, Carmela Gross, Ivens Machado e Lygia Pape.

Além de lecionar no curso de arquitetura e urbanismo, Farias foi também curador da representação brasileira na 25ª Bienal de São Paulo.

Como o nome indica, a série “Folha Explica” ambiciona explicar os assuntos tratados e fazê-lo em um contexto brasileiro: cada livro oferece ao leitor condições não só para que fique bem informado, mas para que possa refletir sobre o tema, de uma perspectiva atual e consciente das circunstâncias do país.

O primeiro capítulo pode ser lido abaixo.

*

Pequeno guia para os perplexos

Este livro, exclusivamente dedicado a um mapeamento da arte contemporânea brasileira, destina-se àqueles que ficam perplexos com muito daquilo que hoje se faz em nome da arte. Por exemplo: aqueles que, dotados de boa vontade, disposição física e sapatos confortáveis, se põem a peregrinar pelos vastos espaços onde acontece a Bienal de São Paulo e lá submergem em meio às instalações, performances, vídeos, obras de fatura conceitual, trabalhos que no geral lhes soam incompreensíveis, inescrutáveis; sucumbem, sobretudo, aqueles que para lá se encaminham tendo em mente que arte é coisa que acontece na forma de pinturas, esculturas, desenhos e gravuras.

O livro é especialmente dedicado àqueles que trocam o que pode haver de estimulante na inquietude e no desconcerto proveniente da incompreensão de algo pela sensação de estarem sendo enganados ou mesmo insultados por ele. A esses a lembrança de que não se deve cobrar transparência de um livro escrito em língua que se desconhece ou não se domina. Por que então cobrar isso da arte, se arte é expressão em toda a sua potência – além da forma e significado da expressão que se emprega cotidianamente, além da realidade que nos é ofertada a cada dia, cujos limites se fecham antes de até onde pode ir a imaginação?

PARA COMEÇO DE CONVERSA, UMA OBRA DE TUNGA

A fotografia traz o artista sobre uma rocha fustigada pelo mar. De costas para nós, de frente para a água, ele está descalço sobre o chão de pedra corroído, com a barra da calça e as mangas da camisa enroladas, com o corpo retesado e o braço esquerdo deslocado de modo a compensar o esforço que o outro braço está fazendo: sobre sua cabeça, tomando o próprio corpo como eixo, ele gira vigorosamente outra cabeça; uma cabeça cujos longos cabelos ele está agarrando pelas pontas, aparentemente para lançá-la mar adentro o mais longe possível. A cabeça que ele está girando é a sua própria. De acordo com a seqüência de fotos e com o texto que as acompanha –fotos e texto que, juntos, compõem o trabalho Semeando Sereias, de 1987–,1 ele encontrou a cabeça quando esta boiava numa poça de água criada por uma cavidade na rocha. O texto confirma o arremesso da cabeça ao mar. E descreve como ela ficou batendo nas pedras por causa dos cabelos emaranhados em sargaços e mariscos; e como o narrador tentou desembaraçá-la e, empenhado nisso, esbarrou em novas surpresas.

O nome do autor desse trabalho é Tunga. Ele, assim como vários de seus colegas brasileiros, passa grande parte do ano viajando, realizando exposições aqui e lá fora, alvo de ensaios, de críticas e até de chilreantes crônicas sociais, numa rotina que contrasta com os tempos heróicos, de há bem pouco, quando ser artista plástico no Brasil era invariavelmente empresa árdua, de reconhecimento e rendimento quase nulos, sem o direito trivial de uma conta em banco (que para isso era necessário renda regular), no geral com a vida somente aplainada pela ventura de um bom berço ou por colocar seu talento a serviço da ornamentação das casas burguesas ou mesmo do poder estabelecido. Não que hoje seja um mar de rosas, mas qualquer grande exposição internacional, e os curadores em sua peregrinação pelo mundo à cata de valores, já incorporou a arte brasileira e o Brasil como parada obrigatória. E, quando a imprensa periódica cuida em divulgar os altissonantes valores das Bienais de São Paulo (entre outras mostras temporárias), vê-se logo que pensar em arte hoje significa pensar num negócio rentável, seja do ponto de vista do capital financeiro, seja do ponto de vista do capital simbólico.

Embora tratada como um produto em alta crescente no meio internacional, em nosso país a arte contemporânea brasileira é ainda vista com reservas por um público forquilhado entre a curiosidade e a irritação causada pela dificuldade em compreendê-la.

Semeando Sereias é um exemplo suficientemente intrigante: o que dizer do artista que arremessa sua cabeça ao mar? Em vez do cotidiano contabilizado e confortável, do comércio habitual de mercadorias, atitudes e pequenos sonhos, o espaço em que o artista age fica na fronteira que separa do chão firme, ainda que dilacerado, o mar, a parte móvel do mundo, ilimitada e insondável. Lugar de onde ele volta portando objetos, imagens, textos, à primeira vista incompreensíveis. Com sua pletora de significados, a imagem retirada de Semeando Sereias alinha-se com a experimentação realizada sobre a mistura de narrativas e materiais diversos que move a arte que se produz hoje. E, nesse sentido, a trajetória de Tunga é exemplar – razão pela qual ele é o primeiro artista a ser apresentado neste livro.

Desde o início, no começo dos anos 70, Tunga vem promovendo o “contágio mútuo” (o termo é dele) de coisas díspares. Ainda que aparentemente fechadas e irredutíveis, as coisas –entre elas, nós– podem comunicar-se umas com as outras; até mesmo metamorfosear-se umas nas outras, como no vídeo Nervo de Prata (de Arthur Omar, 1987), em cujas últimas imagens se embaralham um túnel e um sapo que vai sendo devorado por uma serpente. O olho do espectador, por sua vez devorador de imagens, engole um túnel contínuo e posteriormente assiste à engolição de um animal pelo outro.

São inúmeros os materiais de que o artista faz uso, e imenso o recurso a todas as expressões artísticas, da literatura à música e até às disciplinas científicas. Para Tunga, tudo vale, tudo interessa. Desde a matéria mais opaca e densa até aquela intangível –como o charuto e sua fumaça (Barroco de Lírios, 1995), a qual, segundo o artista, é parte indissociável do objeto, num caso em que a continuação da matéria acontece em volutas de ar.

É freqüente que um trabalho de Tunga solicite que se saiba como ele se relaciona com suas outras obras. Nem pintura, nem escultura, nem nenhuma das modalidades expressivas convencionais –onde, enfim, encaixar esse trabalho de Tunga e os à primeira vista inclassificáveis trabalhos de Waltercio Caldas, Artur Barrio e José Resende, entre tantos outros de que este livro irá tratar, trabalhos com os quais deparamos em galerias, museus e bienais dedicados à arte contemporânea?

ARTE CONTEMPORÂNEA – NOTAS SOBRE UMA NOÇÃO

Primeiro foi o futurismo, e hoje o senso comum identifica “moderno” como sinônimo do que há de mais novo, o mais atual ou mais contemporâneo. Mas, no que se refere a arte, moderno é uma coisa, e contemporâneo, outra. Moderno é o nome de um movimento com características particulares que nasceu na Europa, com variados desdobramentos por quase todos os países do Ocidente, e que entrou em crise a partir da década de 1950. A partir daí, foi sendo substituído por um conjunto de manifestações que, cada qual dotada de peculiaridades, foram, na falta de um nome melhor, reunidas sob a etiqueta simples e genérica de arte contemporânea.

Embora escorado no senso comum, quando aplicado à arte o termo contemporâneo vai além de simplesmente designar o que vem sendo feito agora. Em primeiro lugar, convém observar que nem tudo que anda sendo feito no campo da arte é contemporâneo; do mesmo modo, será prudente alertar que a arte contemporânea não é prerrogativa de gente jovem. Salvo exceções, os jovens artistas possuem trajetórias de início irregular, incapazes de propor um conjunto homogêneo de problemas e enigmas consistentes.

Assim como vamos em direção ao passado movidos por indagações feitas agora, no presente, faz sentido argumentar que é contemporânea toda e qualquer manifestação artística que ressoa em nós. De acordo com esse raciocínio, seria contemporânea tanto uma instalação dos anos 90 do iconoclasta artista carioca Artur Barrio ou uma obra do compositor e maestro francês Pierre Boulez, quanto Las Meninas, a célebre pintura de Diego Velázquez, do século 17, ou uma sinfonia de Mozart, do século 18. Se o argumento é legítimo, por outro lado encontra lá suas insuficiências, notadamente no presente caso, quando se pretende apresentar as novidades ocorridas não tanto no âmbito da recepção por parte do público, que pode sensibilizar-se com uma pintura rupestre, uma estatueta grega do século 5 a.C. etc., quanto no da produção artística propriamente dita. Nesse sentido, é forçoso reconhecer que há um abismo entre Mozart e Boulez, entre Las Meninas e uma instalação do Barrio –em particular uma apresentada recentemente em exposição realizada no Paço das Artes, em São Paulo, com muito pó de café espargido pelo chão, textos garatujados nas paredes, cheiro de urina e dos peixes ressecados pelas pilhas de sal grosso.

Cada obra de arte é em si mesma um sinal de descontentamento. Todo artista, diversamente do comportamento-padrão, em vez de simplesmente satisfazer-se com as obras já existentes, de ficar extasiado pela leitura de um livro, pela contemplação de uma pintura ou pela audição de uma música, prefere ir além: prefere produzir mais um livro ou pintura ou obra musical. Sintoma de uma insatisfação, cada obra de arte traz embutida uma crítica à própria noção de arte e pode mesmo modificar aquilo que entendemos por arte.

Uma vez que o contemporâneo deita suas raízes no período moderno que lhe é imediatamente anterior, sua definição passa necessariamente pela definição desse movimento, o que aqui só poderá será feito em termos simplificados.

Empreendimento temerário, ainda assim

O tema é vasto, e os debates sobre ele seguem caudalosos. Mas, de um modo geral, situa-se o início da arte moderna em meados do século 19, com o realismo de Gustave Courbet, anunciado por ele em 1847, e o impressionismo que o seguiu. A partir daí, a arte paulatinamente se afastou de seus cânones renascentistas, do compromisso de uma representação fidedigna do mundo, com as pinturas e esculturas se ocupando não em fabricar duplos da realidade, mas em afirmar suas próprias realidades. A bidimensionalidade das primeiras, a concretude de seus planos e cores seriam sua nova razão de ser, do mesmo modo que a tridimensionalidade das segundas abandonou a ilustração de temas –o elogio de um herói, a encenação de uma passagem mítica etc.– para encerrar-se numa discussão sobre sua materialidade, sobre o gesto que a formalizou, as peculiaridades de sua volumetria etc.

O desembocar na abstração foi o corolário desse processo de tematização de seus próprios elementos constitutivos, com a arte dando as costas para qualquer relação de ilustração do mundo. Coerente com esse vetor, a persistência das vanguardas em buscar o novo sublinha o desejo dos artistas de manter a experiência estética como fim em si mesmo, longe, como salientou o artista russo Kasimir Malevich em seu Manifesto Suprematista, de 1913, da clássica subserviência à religião ou ao Estado2.

A arte contemporânea nasce como resposta ao esgotamento desse ensimesmamento da arte, com as modalidades canônicas –pintura e escultura– explorando-se, investigando suas naturezas até o avesso. Entre os índices – e são tantos! – desse esgotamento, figuram desde o retorno de questões e fórmulas antes vistas como ultrapassadas –a pintura e a escultura figurativas, de conteúdo político, mitológico etc.– até o florescimento de expressões híbridas, quando não inteiramente novas, como as obras que oscilavam entre a pintura e a escultura, os happenings e as performances; as obras que exigiam a participação do público; as instalações; a arte ambiental etc.

ARTE CONTEMPORÂNEA NO BRASIL

Um livro como este, de dimensões reduzidas e com a intenção de tratar da arte contemporânea no Brasil, deve proclamar logo de saída seu inacabamento. Esse fracasso que com algum descaro se anuncia deriva do fato de a arte contemporânea ser, por definição, algo em processo; algo que, mesmo na qualidade de desdobramento de influentes genealogias, não se limita a reproduzi-las com subserviência. Ao contrário, nega-as expandindo seus limites ou confrontando seus princípios normativos; assume caminhos e formas que elas não prescreveram ou que o fizeram como um impedimento.

Tratar da arte contemporânea no Brasil implica tratar de um universo amplo, embora não tanto quanto o da cena internacional. Fenômeno que se explica não só pela pouca quantidade de artistas, mas também porque o estágio atual da produção artística, embora sirva-se de temáticas, instrumentos e preocupações provenientes de fora, depende em essência do que já aconteceu por aqui, das sendas abertas pelos artistas que vieram anteriormente e que transpuseram os modelos da arte européia para nosso meio, por meio de obras que lograram ressoar na arte produzida localmente. Não foram tantos –Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Vítor Brecheret, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Alberto Guignard, Oswaldo Goeldi, Livio Abramo, Iberê Camargo, Sérgio Camargo, Milton Dacosta, Alfredo Volpi, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Mira Schendel a lista, não tão grande, prossegue– e até os anos 50 eram como fenômenos isolados, que diante de um meio artístico ainda por ser construído, com poucas obras e raros debates de alto nível, tiraram de si mesmos os parâmetros que balizaram a construção de suas obras. De fato, só a partir da passagem dos 50 para os 60, com as discussões em volta do expressionismo abstrato e sobretudo com o abstracionismo geométrico (concretismo e neoconcretismo), obteve-se a emancipação de nossa inteligência plástica e constituiu-se um solo que, com o tempo, se mostraria grandemente fértil.

No Brasil, sob a genérica etiqueta de arte contemporânea, convivem artistas das mais variadas gerações, responsáveis por obras que vão desde as de raiz eminentemente moderna até as que rompem com esses cânones. Ao primeiro caso pertencem obras de artistas cujas trajetórias tiveram seu ponto de partida nos anos 50 e 60 e que ainda se mantêm perfilados e lavrando sob os mesmos princípios de então, embora expandindo-os, demonstrando que arte não confina com moda. Esse é o caso de Amilcar de Castro, Tomie Ohtake, Franz Weismann, Eduardo Sued, Gilvan Samico, Arcângelo Ianelli, Franz Krajberg, Flavio Shiró e mais alguns poucos. Artistas cuja consagração não rima com cristalização, embora sua raiz moderna sugira que eles não sejam tratados neste livro.

Incluiremos, sim, os artistas que iniciaram suas trajetórias a partir dos anos 60, a maioria na passagem para os anos 70 e ao longo destes, quando produzir arte significava operar na expansão do objeto artístico, seja pela apropriação de coisas e imagens extraídas do cotidiano, seja por radicalizações cada vez maiores, traduzidas em obras mais complexas do ponto de vista conceitual, mais interessadas no plano intelectual dos espectadores do que em suas retinas. Durante esses anos, a arte apostou numa relação mais próxima com o público, e para isso foi estratégico o revigoramento do binômio arte-política. A arte estava duplamente preocupada em efetuar a crítica de um país que se urbanizava avassaladoramente e em romper o amordaçamento coletivo da expressão promovido pela ditadura militar, instituída por meio de um golpe em 1964. Foi em nome disso que as obras abertas à manipulação chegaram aos museus e galerias junto com a busca de lugares alternativos e de outros materiais e suportes expressivos: um fluxo de novidades que punham em xeque a natureza e o papel da arte, de seu circuito, do aparato institucional que a legitimava e a veiculava.

Sob o signo da arte contemporânea, estão também os artistas surgidos nos anos 80, que ficaram conhecidos pela retomada –ainda que em outra chave– das formas tradicionais de expressão, com destaque à pintura, o que, tanto na forma quanto no conteúdo, era índice de um relacionamento com o grande inimigo da modernidade: o passado.

Finalmente, estão os artistas da década de 90, encerrada há pouco, cujas obras em construção confirmam a sensação de uma crise aguda ou mesmo do fim da arte moderna. Obras que se opõem ao projeto de uma linguagem universal e da busca metódica da novidade pela ruptura, que irrompem numa miríade de poéticas originárias das mais diversas matrizes: das que mergulham em referências históricas e pessoais àquelas que parodiam a própria arte e o círculo na qual ela está enredada; das que criticam a idéia de autonomia da arte, preferindo abandonar os suportes convencionais –pintura, escultura etc.– em favor de manifestações híbridas, àquelas que descartam as respeitáveis heranças do neoconcretismo, buscando outras fontes, do barroco mineiro à arte popular, do debate sobre o problema da imagem na vida atual à especulação sobre o corpo e suas pulsões etc.

A ARTE CONTEMPORÂNEA ENTENDIDA COMO ARQUIPÉLAGO

Diversamente do período moderno, com suas correntes e tendências artísticas organizadas em grupos como as vanguardas construtivas, os futuristas, dadaístas, surrealistas e outros, autores de manifestos, fundadores de revistas e até escolas, a arte contemporânea no Brasil, como já foi dito, embora possuindo suas matrizes, avança num número tal de direções e é constituída por obras tão singulares que, tudo considerado, ela sugere um arquipélago. A imagem é boa porque foge do reducionismo das grandes etiquetas, que, ao valorizarem as semelhanças entre as obras de alguns artistas, não atentam convenientemente para as diferenças entre elas. Outros argumentos a favor dessa imagem: em primeiro lugar, a descontinuidade que ela sugere, o que contraria a idéia de que seu desenvolvimento se dá linearmente, com cada obra se apresentando como um desdobramento da anterior; e, em segundo lugar, porque com ela nos afastamos da pretensão de um levantamento total de nosso problema, inviável pela extensão que ele assumiria, incompatível com a proposta deste livro.
Um arquipélago porque cada boa obra engendra uma ilha, com topografia, atmosfera e vegetação particulares, eventualmente semelhante a outra ilha, mas sem confundir-se com ela. Percorrê-la com cuidado equivale a vivenciá-la, perceber o que só ela oferece.

Para melhor levar adiante esse princípio de valorização da obra, o mais adequado será apresentar ao leitor análises de um ou mais trabalhos realizados por cada um dos artistas aqui apresentados. As obras serão comentadas por ordem alfabética de autor. Procedendo desse modo, renovo a lição do poeta Mário Quintana, que, quando indagado sobre o que se deveria ler para compreender Shakespeare, bradou incontinenti: Shakespeare!

Por último, o leitor deverá considerar que este livro corresponde apenas a um mapeamento. Cabe alertá-lo para o fato de que o arquipélago formado por nossa produção é tão rico que seria fácil mapeá-lo a partir de outras obras.

1 -Tunga, Tunga – Barroco de Lírios. São Paulo: Cosac & Naify, 1997.
2 – Em H.B. Chipp, Teorias da Arte Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

“Folha Explica – Arte Brasileira Hoje”
Autor: Agnaldo Farias
Editora: Publifolha
Páginas: 128
Quanto: R$ 17,90

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u352090.shtml)
Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha

abril 15, 2008 Posted by | Sem-categoria | , | Deixe um comentário

Atriz Renata Fronzi morre aos 82 anos no Rio

A atriz Renata Fronzi, 82, morreu na tarde desta terça-feira (15), de falência múltipla dos órgãos, em decorrência de diabetes, no hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Fronzi estava internada há cerca de um mês.

Divulgação
Atriz Renata Fronzi, 83, morreu na tarde de hoje no Rio de Janeiro
Atriz Renata Fronzi, 82, morreu na tarde de hoje (15) no Rio de Janeiro

Filha de dois atores italianos radicados no Brasil, a atriz começou sua carreira no Teatro Municipal de São Paulo como bailarina e ganhou fama na companhia de teatro de Eva Todor, atriz que lamentou profundamente a morte da amiga.

O papel mais importante de sua carreira foi a personagem Helena, no teleteatro de comédia “Família Trapo”, da TV Record, onde atuou ao lado de nomes como Jô Soares, Ronald Golias, Otello Zeloni, Cidinha Campos e Renato Corte Real.

Fronzi, que nasceu na cidade argentina de Rosario em 1° de agosto de 1925, também atuou em uma série de filmes da produtora Atlântida Cinematográfica e em diversas novelas da TV Globo como “Corpo a Corpo” e “Chega Mais”.

A atriz era viúva do locutor de rádio César Ladeira, com quem se casou na década de 40, e mãe de César Ladeira Filho.

Fonte: Folha Ilustrada

abril 15, 2008 Posted by | Sem-categoria | , | Deixe um comentário